Partido Socialista Brasileiro prepara uma “frente ampla” de esquerda para enfrentar Bolsonaro, complicando a vida de filiados que ficam em cima do muro
Já estamos em junho de 2021 e as forças políticas da esquerda nacional apertam o passo para juntar forças contra Bolsonaro no próximo pleito. Mesmo com todas as incertezas do cenário político nacional, é sabido que a chance de Lula e Bolsonaro disputarem a eleição em 2022 é altíssima. E é em torno de Lula que a esquerda – incluindo o partido do prefeito – faz as negociações mais significativas.
Vejam o caso do PSB. Sua prática é a de enfrentamento ideológico contra o governo federal. Seu presidente, Carlos Siqueira, é presença constante em lives nas redes sociais com líderes do PT e PCdoB, entre outros. Recentemente, ele afirmou no Twitter que o partido está aberto a quadros políticos que pretendem construir um Brasil livre e diverso, crescendo com valores que não pactuam com autoritarismo e atraso.
Neste frentão que inclui até a possibilidade de “absorção” de outros partidos como o PCdoB, Carlos já conversa com Marcelo Freixo, do PSOL carioca, e Flávio Dino, governador comunista do Maranhão (aquele que também já trocou figurinhas com Eduardo Leite).
Não é uma coligação qualquer, como uma Manuela d’Ávila enxertada de “vice de vice” nas eleições de 2018. É uma união de forças – se concretizada – inédita em nossa história política recente.
Claro que neste momento tudo é “costura”. O partido teria que administrar inclusive conflitos com a família Campos, importante grupo de poder dentro da sigla.
Pedro Almeida ao lado de Lula
Se o prefeito Pedro Almeida seguir os passos do seu mestre Luciano Azevedo, um homem que nunca foi muito de subir em palanques e gritar contra problemas ideológicos do cenário nacional, ficará em uma situação constrangedora ao ver sua sigla pedindo votos para o candidato ex-presidiário, ao lado de figuras carimbadas da esquerda nacional. Desce do muro ou sai do partido. Já alguns colegas, por enquanto, provavelmente são pura felicidade e esperança com a possibilidade de colar no peito a estrela vermelha ao lado da pombinha.