A informação poderia parecer uma brincadeira, se não fosse confirmada pelo próprio parlamentar
Na Sessão Plenária do dia 14/04/2021, a vereadora Regina dos Santos (PDT) trouxe uma questão recente sobre a reforma que está sendo realizada na praça Marechal Floriano, conhecida pelos passo-fundenses como “Praça da Cuia”. Em vez de serem utilizadas pedras originais para restauro, foram colocados paralelepípedos em vários pontos. O vereador Gio Krug fez uso do aparte informando que a colocação das pedras é provisória; Regina, no entanto, disse que em alguns pontos foi colocado concreto e que concreto “não é temporário”: “Por ser parte do nosso patrimônio histórico, a praça está sendo descaracterizada”, pontuou a vereadora.
No dia 16 de abril, a Lócus publica a matéria “Destruição da Praça da Cuia: o que você precisa saber“, escrita por Jesael Duarte da Silva, mostrando como a obra está, desde 2013, passando por reformas custosas, mas sempre deficientes. O artigo ainda mostra que a empresa responsável pela restauração atual foi extinta em 2020:
A empresa A.A. Bueno não existe mais: segundo o CNPJ, foi extinta em 2020. O seu representante responsável no contrato com a Prefeitura é Osvaldo Fantin, que também representa outra empresa conhecida na cidade: a Referência Obras e Sinalizações LTDA. A Referência tem mais de R$ 15 milhões em obras faturadas na cidade desde 2015, incluindo aí Parque da Gare, pavilhão na Usina de Transbordos de Resíduos, drenagens em bairros e outras.
Conforme consta na imagem acima, as pedras que faltavam foram substituídas por paralelepípedo e concreto, destoando o projeto inicial, com as famosas “pedras portuguesas”. Quando a discussão foi levada à tribuna pela vereadora Regina, alguns parlamentares justificaram o péssimo serviço realizado afirmando que as pedras eram importadas e difíceis de serem adquiridas.
Ocorre que, quando as discussões ganharam coro, o nosso articulista Jesael esteve no Rio de Janeiro. Casualmente, descobriu que as pedras originais da praça são fáceis de conseguir e, em conversa com um dos operários responsáveis pela colocação das pedras numa calçada do Rio, soube que o serviço é não tão complexo quanto informado pelo poder público.
O vereador Tchequinho (PSC), sensibilizado com a situação da praça, procurou o Poder Executivo Municipal, momento em que se disponibilizou a reformar a calçada gratuitamente, fornecendo tanto as pedras quanto a mão de obra. Conforme informou à Locus, a Prefeitura pediu prazo de 15 dias para avaliar a proposta.
Tchequinho disse que irá aguardar a manifestação dos responsáveis. Até lá, vamos observar como a atual gestão municipal toma as decisões sobre o patrimônio da cidade.