Prefeitura encerra o ano com menos cargos de confiança, mas o gasto ainda é alto

Saiba como anda o gasto com coordenadores e outros cargos escolhidos pelo prefeito e que são distribuídos principalmente para apoiadores políticos

Em dezembro de 2020, naquele clima de “final de governo” do prefeito Luciano Azevedo, a prefeitura se virava com apenas 96 ou 98 cargos de confiança, dependendo da fonte de dados dentro da Transparência. Você confere o levantamento que realizamos na época através deste link.

O número de CCs diminuiu

Comparado com outro levantamento da Lócus realizado em julho de 2020 (mais realista), quando Luciano empregava 155 nomes que juntos somavam R$ 560.891,58 em remuneração básica, hoje Pedro Almeida está com um número menor de CCs na ativa. A Prefeitura de Passo Fundo vai encerrar o ano com 3.107 funcionários. Destes, 145 são cargos de confiança, ou 4,67% da força de trabalho do município. A soma da remuneração básica é de cerca de R$ 548 mil.

A distribuição dos funcionários por vínculo na Prefeitura de Passo Fundo: 145 CCs em dezembro de 2021.

Outras comparações: em dezembro de 2020, eram 5 cargos com salários acima de R$ 11 mil, seguidos por 4 de R$ 7,4 mil. Agora, são 5 cargos acima de R$ 11 mil, seguidos por um na faixa de R$ 9 mil e outros 3 de R$ 7 mil.

Os 33 CCs mais bem pagos na prefeitura ganham acima de R$ 5 mil, na remuneração básica.

A lista completa de CCs com base na folha de dezembro de 2021 está na transparência da prefeitura ou neste documento em PDF.

De olho no ano eleitoral

O ano de 2022 é eleitoral. As forças políticas locais estão em grande movimento, e atores que eram antagônicos agora são só sorrisos nas reuniões partidárias. Isso tem grande potencial para resultar em demissões de CCs ligados a caciques que não comandam mais a mesma tribo e contratações de outros.

Em um primeiro momento, o leitor deverá pensar qual é a relação de uma eleição para governador, deputados, senadores e presidente com a política municipal. Acreditem, tem muita. Afinal, esse exército de cabos eleitorais profissionais e amadores ligados a políticos locais são responsáveis em parte por colocar estes nomes – do deputado ao presidente – nas ruas de Passo Fundo.

Para o cidadão, resta monitorar como fica o serviço no município neste período de troca, inclusive com aquela velha pergunta: será que são todos realmente necessários? Foram contratados pela excelência profissional ou pela… deixa pra lá.