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Eleições 2022

House of Milk: primeira temporada, episódio 1: destruindo João Doria

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As táticas de Eduardo Leite para chegar ao Planalto, falando manso e passando por cima dos adversários tucanos, é coisa de cinema.

O ex-governador de São Paulo, João Doria, ganhou as prévias do PSDB para disputar a Presidência da República pelo partido ainda em novembro do ano passado, obtendo 53,99% dos votos e derrotando o colega Eduardo Leite (44,66%) e Arthur Virgílio (1,35%).

O resultado (na época) foi reconhecido por todos, ratificado pelos dirigentes e até mesmo pelo derrotado Leite. Bastaria uma convenção futura para formalizar a candidatura. Quatro meses depois, o então governador gaúcho decidiu sair do governo para tentar fazer alguma coisa: leia-se “tirar Doria da jogada e ser ele o candidato ou participante de algum arranjo que dispute as eleições contra Bolsonaro e Lula”. Faltou combinar com os russos.

Faz muito tempo que Leite começou a “nacionalizar” a sua narrativa. Seja para lutar por um “Brasil melhor” ou só para ficar mais conhecido fora dos pampas gaúchos, participou de diversas entrevistas (incluindo a célebre revelação de cunho pessoal no Bial), pitacos em problemas artísticos de Santa Catarina e palestras. Em fevereiro de 2021, pagou um churrasco para lideranças tucanas no Palácio Piratini, onde ele advogou ser uma possibilidade diferente de Doria foi a pauta.

A renúncia

coletiva leite

Leite marcou uma coletiva de imprensa para o último dia 28 de março. Em um Palácio Piratini cheio de jornalistas à frente e parceiros políticos aos lados e na retaguarda, o governador “renunciou ao poder para não renunciar à política”. Palavras dele – ou quase -, já que a renúncia foi feita em vídeo no telão, com tons de material de campanha eleitoral e com o “corpo presente” do próprio. O discurso que seguiu apenas complementou o conteúdo, agradeceu Kassab do PSD, elogiou o vice Ranolfo e justificou com longuíssimas sentenças a decisão.

O discurso da renúncia se agarra fortemente a uma declaração recente de João Doria para justificar a movimentação. Em uma das respostas da coletiva (para Bruna Ostermann, da CNN), Leite disse:

Eu respeito as prévias, as prévias são respeitadas. Elas aconteceram, são legítimas, mas como eu disse, não é sobre as prévias, sobre o partido, sobre projeto pessoal, é sobre o Brasil. E a mesma posição que nós temos aliás é aquela que eu salientei desde as prévias, e que eu vou pegar as próprias palavras do governador João Doria num evento no último dia 22 de fevereiro, mencionou como está constando na própria imprensa, abre aspas: “eu amo o Brasil e em nome deste amor que tenho pelo Brasil não vou colocar o meu projeto pessoal à frente daquilo que sempre foi a índole que me fez ter orgulho de ser brasileiro. O meu país, o povo do meu país é mais importante do que eu mesmo. Então, se chegar lá adiante e lá adiante tiver que oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais esta triste dicotomia, de ter Lula ou Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele e de quantos forem os que serão capacitados pra oferecer uma condição melhor ao Brasil”. Fecha aspas. Esta foi a declaração pública do governador de São Paulo João Doria no último dia 22 de fevereiro em um evento. É a mesma posição que eu tenho.

O evento em questão trata-se de um painel com pré-candidatos realizado pelo BTG Pactual, a CEO Conference 2022, no dia 22 de fevereiro. Muito firme na candidatura, Doria realmente disse isso, mas há um contexto estrategicamente ignorado por Leite.

 

 

Doria é indagado pela consultora Cila Schulman,  aos 36:31 do vídeo:

CS: O ex-ministro Sérgio Moro falou aqui agora há pouco, reconheceu né que uma terceira via viável é uma terceira via mais enxuta, e da disposição dele de conversar sobre isso. Eu queria ouvir do senhor, se o senhor não pontuar ali nos dois dígitos até a convenção partidária, quais são os movimentos possíveis que você imagina?

Depois de um longuíssimo discurso sobre as dificuldades da vida e como chegou até aqui, emendou (aqui começa o real talk):

Então, eu sou um brasileiro, eu amo o meu país, eu quero o bem do Brasil. Ao longo da minha vida trabalhei, enriqueci, fiz família, amo meus filhos, amo a Bia minha esposa, tenho um bom patrimônio poderia estar vivendo fora do Brasil, aliás muitos de vocês aqui poderiam estar também. Se vocês estão aqui é porque gostam do Brasil e amam o Brasil.

E eu resolvi entrar no jogo, difícil. Sair da arquibancada, fui pro campo. Não é fácil também você tomar essa decisão. Mas eu tomei essa decisão porque eu amo o Brasil. E em nome desse amor pelo Brasil, eu não vou colocar o meu projeto pessoal à frente daquilo que sempre foi a índole que me fez ter orgulho de ser brasileiro. O meu país, o povo do meu país é mais importante do que eu mesmo.
Portanto, se chegar lá adiante, e lá adiante eu tiver que oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa dicotomia, triste dicotomia, do pesadelo de ter Lula ou Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele, e de quantos forem, os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil.

Então o questionamento segue:

Mas isso significa que o senhor vai manter a sua candidatura ou pensa em aderir a outra candidatura, caso as condições de uma outra candidatura de terceira via seja mais viável?

Doria: Todos os que estão participando tem que manter a sua candidatura. Todos! Hoje eu falei com a senadora Simone Tebet, por quem tenho também muita admiração, aliás, feliz aniversário dela hoje. Tenho muita admiração. Aliás, outra senadora brilhante como a Eliziane Gama. E nós aproveitamos para conversar um pouco. Ela tem que manter a candidatura dela, o Sérgio tem que manter a candidatura dele, a nossa candidatura também. Aquelas que compõem este centro democrático liberal e aqui no nosso caso eu acrescento o social, nós temos que manter, até o esgotamento do diálogo pelos líderes partidários. O PSDB tem um presidente, o União Brasil tem um presidente, os demais partidos, o Cidadania tem um presidente que eu acabei de me referir a ele, o nosso deputado Roberto Freire, esses partidos, o PMDB tem o Baleia Rossi, jovem, competente e operoso pra lá adiante, diante das circunstâncias, verificarmos quem pode, quem precisa abrir mão. Eu percebo o mesmo sentimento, André, tô sendo sincero. Isso que falou o Sérgio aqui, não é mentira, não foi uma desfaçatez dele querendo disfarçar a posição. Ele tem grandeza. Simone Tebet tem grandeza também. Outros que nós temos, não são muitos porque isso foi estreitando, estreitando. Hoje basicamente você tem três nomes: a Simone, o Sérgio e o nosso, com disposição e vontade de seguir trabalhando e de seguir avançando.

Seguramente, estes três nomes, mais adiante, junto com os líderes partidários que comandam estes partidos, vão encontrar um tema e vão encontrar um ponto em comum pra que haja um único nome e esse nome que seja um nome que possa enfrentar o populismo dos extremistas da esquerda e da direita.

house of milk eduardo leite

Já dizia Frank Underwood, de House of Cards (série muito parecida com a House of Milk): “Se você não gosta de como a mesa foi posta, vire a mesa”. Eduardo Leite quer virar a mesa e disputar a presidência. O resto, como diria FHC, é trololó.

Doria dá a entender que é o candidato do PSDB, líder do projeto tucano para a presidência e que, lá na frente, poderia compor com outra força ou abrir mão de seu nome para apoiar outra sigla com mais condições. Leite, neste contexto, é passado, é alternativa que morreu nas prévias. O gaúcho pegou este pedacinho da resposta e criou toda uma narrativa, pouco mais de trinta dias depois.

Ainda sobre a coletiva

O discurso de Leite na coletiva de imprensa é cansativo, repetitivo e, algumas vezes, até arrogante, como alguém que é detentor de uma verdade partidária não revelada (esquecendo que deve satisfações a todos que estão ali e muito mais aos seus eleitores) e dá pistas vazias sobre o seu destino político. Para bom entendedor, basta. O agora ex-governador gaúcho tem amigos dentro dos tucanos que não querem Doria, acha que pode virar a mesa na convenção, sem ratificar a escolha das prévias que ele mesmo repete várias vezes que respeita. E se tudo der errado, compor de alguma forma com outra sigla. Simplesmente o mesmo que Doria também fala no evento de fevereiro.

Sejamos francos

Os líderes nas pesquisas são Bolsonaro e Lula, ponto. O PSDB hoje figura como traço em um grupo que teimam em chamar de terceira via. Melhor seria chamar de “todo o resto exceto a extrema-esquerda radical boa bala para conservadores”. O partido mira no Planalto com Leite ou Doria, mas terá muito mais trabalho para cuidar da própria sobrevivência após 2022, com tanta roupa suja lavada delicadamente em público.

House of Milk, a série

Não sabemos se a série que mostrará as desventuras dos tucanos que querem Brasília será renovada ou se passará do primeiro episódio aqui na Lócus. De qualquer maneira, fiquem ligados. Amanhã, Leite e Doria podem aparecer abraçados, dizendo que tudo é passado e o melhor para o Brasil é o gaúcho estampado na Urna.

Eleições 2022

Deu Lule: Lula e Leite levam a esquerda de volta ao poder no Brasil e no Rio Grande do Sul

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O segundo turno das eleições brasileiras foi motivo de festa para tucanos e petistas, mais próximos do que nunca

Já podemos apelidar de domingo vermelho o segundo turno das eleições para os gaúchos que serão governados de Brasília por Lula e de Porto Alegre por Eduardo Leite. Para Lula, um retorno triunfal “da cadeia para o Palácio” enquanto Leite faz a volta dos que não foram, oriundo de uma renúncia que – palavras dele – não quer dizer reeleição.

Com 99,99% das urnas apuradas, Lula tinha ao final da noite 50,90% dos votos válidos, contra 49,10% de Bolsonaro (60.340.930 contra 58.203.420). Os estados do Norte e Nordeste preferiram na maioria Lula.

O bolsonarismo apostou pesado nos benefícios financeiros pós-pandemia, pauta de costumes e lembretes permanentes da condição de ex-presidiário e ladrão do oponente, que se defendeu (quando quis) com a pauta pandemia, pobreza, fome e até armas, questão fortalecida sempre que algum evento na área acontecia do outro lado.

O caso Onyx Lorenzoni foi, de certa forma, surpreendente. Um homem que passou boa parte da carreira política batendo no PT com maestria e escreveu livros sobre o que chamou de “Máfia da Estrela”, quando teve a chance de chegar ao poder mostrou um desempenho pífio nos debates, virou meme e viu seu potencial político despencar a cada duelo. Não foi o fantasma do Caixa 2, foi a escolha incorreta de uma persona que pensou bastar ser o homem de Bolsonaro no Rio Grande e desprezar o oponente com todas as forças.

Tucanos e petistas, mais próximos do que nunca

Imagina contar para alguém da direita em 2014 que Lula seria candidato em 2022 com Alckmin de vice (via PSB) e apoio do FHC? Esta pessoa seria motivo de piada. Este frentão da esquerda ajudou e endossou Lula, deixando a divertida e hercúlea tarefa da desvinculação a qualquer custo para os políticos que ainda fazem parte destas siglas e tentam dialogar com o eleitor pela via – muita licença poética aqui – da direita.

FHC deveria pedir voto para Bolsonaro? Não. Mas o silêncio também é uma escolha.

FHC pede voto lula

Acima: recorte das postagens do Portal Uai e do Brasil de Fato: FHC gravou vídeo pedindo voto para Lula no segundo turno. Para melhorar a vida das pessoas (sim, você já ouviu isso em algum lugar).

Os números em Passo Fundo

Não deu Lule em Passo Fundo. Abaixo, os números para governador e presidente no primeiro e segundo turno das eleições de 2022, printados para você não perder tempo nos links do Resultados TSE:

Acima: Primeiro e segundo turno para governador. Leite virou tirando mais de 30 mil votos do saldo entre os derrotados no primeiro turno, especialmente petistas. Onyx levou Heinze e algo mais.

Bolsonaro ganhou nos dois turnos em Passo Fundo. Com 58 mil no primeiro e 66 mil no segundo, abocanhou uma parte bem maior do saldo, já que Lula foi de 49 mil para 51 mil.

O petismo em Passo Fundo não é desprezível

Os estrategistas políticos de Passo Fundo vão debruçar os braços sobre esta quantidade considerável de votos petistas na cidade. Petistas vão acordar da ressaca do domingo vermelho e olhar com carinho – quem sabe – para a companheira Eva Lorenzato, sonhando com 2024. Já o Bolsonarismo local vai ganhar um Lula para ser xingado durante mais 4 anos, motivo de afinação das retóricas de tribuna de Rodinei Candeia e Ada Munaretto, entre outros.

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Eleições 2022

Lula quer se meter na sua internet através da Transformação Digital petista

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Novo documento do PT revela 13 propostas para inclusão digital e temas tecnológicos caso vença as eleições

Propostas de candidatos geralmente são publicadas com frases genéricas em assuntos mais complexos, como uma Miss dizendo que quer a paz mundial, sem explicar como vamos chegar lá. O PT está fazendo isso com a internet e suas complicações.

No documento “13 propostas de Lula para Transformação Digital com Inclusão Social”, o partido descreve ações para diversos tópicos. São eles

  • Inclusão Digital e Internet para Todos.
  • Capacitação Digital (Letramento Digital), Formação do Profissional do Futuro.
  • Primeiro Emprego em Tecnologias Digitais.
  • Serviços Públicos Digitais de Qualidade e Acessíveis a Todos.
  • Industrialização e Empreendedorismo Digital.
  • Cidades Inteligentes, Inclusivas e Sustentáveis.
  • Compras Governamentais Para Alavancar Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação e Comunicação.
  • Empresas Públicas de Tecnologias de Informação Fortalecidas.
  • Inovação com Base em Tecnologias Abertas, Dados Abertos e Software Livre.
  • Proteção de Dados de Cidadãos e Empresas Brasileiras Contra Fraudes, Roubos e Transferência Internacional Não Autorizada.
  • Defesa Cibernética.
  • Inteligência Artificial com Ética e Transparência.

O documento pode ser baixado aqui.

O olhar socialista sobre o a Tecnologia da Informação segue o roteiro do software livre escolhido por razões muitas vezes puramente ideológicas e certa aversão ao uso livre de soluções, indo contra o que o mercado quer, usa ou precisa. Quem não lembra da época dos computadores Positivo obrigatoriamente com Linux nas escolas brasileiras? As crianças reclamavam muito.

Em tom nacionalista, o partido acredita em altíssima estatização das soluções de TI para proteção de cidadãos e empresas, com provedores públicos, além do dito fomento de soluções de hardware e software. Há também a promessa de fortalecimento das estatais de telecom. A política para a Inteligência Artificial quer tornar o país independente dos interesses das empresas estrangeiras, vejam só.

Lula, que não sabe nem dar o próprio arroba do Instagram em uma live, deve estar recebendo auxílio de assessores e apoiadores com envolvimento em TI, saudosos dos tempos petistas. Em caso de vitória socialista, corra para reservar seu nome de usuário “ponto gov”. Só não esqueça de ler os termos do serviço.

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Eleições 2022

Confira o custo por voto dos candidatos de Passo Fundo derrotados nas eleições de 2022

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Patussi e Wesp foram os mais votados, mas com gastos eleitorais bem diferentes nas eleições de 2022

A eleição de 2022 foi amarga para os candidatos “de Passo Fundo”. Sem vitórias, conseguiram algumas suplências e voltaram para os comitês de mãos vazias, com boa parte dedicando este período “entre turnos” para apoiar Leite, Onyx, Bolsonaro ou Lula.

As campanhas para deputado estadual dos candidatos passo-fundenses arrecadaram de pessoas físicas ou receberam do fundão e partidos valores entre R$ 42 mil (Claudio Doro, PSC) e R$ 349 mil (Mateus Wesp, PSDB). Ao dividir o total efetivamente gasto nas campanhas pelo número de votos obtidos, obtemos o “custo por voto”, ou quanto dinheiro o candidato precisou gastar para ganhar um único eleitor.

É preciso conferir o gasto efetivo, pois alguns candidatos acabam por devolver dinheiro sem usar todo o valor arrecadado.

Concentramos a análise nos candidatos ditos “de Passo Fundo” que fizeram mais de dez mil votos nas eleições para deputado estadual, com campanhas mais estruturadas. Optamos por unir recursos estimáveis – quando um candidato recebe um serviço ou cedência de algo e contabiliza como dinheiro – e valores monetários declarados para o TSE no total recebido.

Estaduais e o contraste no topo

Os candidatos Marcio Patussi e Mateus Wesp foram os mais votados, com um resultado muito próximo: 23.185 para o primeiro e 21.054 para o segundo. Na afinidade com o eleitorado passo-fundense aparece a primeira grande diferença, com Patussi obtendo 11.901 na cidade (51,33%) e Wesp 7.482 (35,5%). O ex-brizolista e recém liberal venceu o tucano duas vezes.

custo por voto deputados estaduais

Quando se fala em dinheiro gasto para fazer campanha eleitoral, a distância entre Wesp e Patussi é gigantesca. Wesp arrecadou quase R$ 350 mil (com gasto de R$ 345 mil), enquanto Patussi atingiu R$ 262 mil na arrecadação (gastando R$ 52 mil). Essa diferença fica bem destacada no cálculo do “custo por voto”, com R$ 16,41 para Wesp e R$ 2,27 para Patussi.

Em tempo: Wesp recebeu R$ 240 mil do Fundão e Patussi R$ 100 mil do Fundo Partidário – mais R$ 85 mil do Fundão, via doação de Giovani Cherini.

Os federais

A Lócus já deu destaque ao arrecadado pelos candidatos a deputado federal “por Passo Fundo” ainda no mês de setembro. A eleição foi finalizada com valores bem superiores em relação ao levantamento, especialmente pela arrecadação do candidato Luciano Azevedo, de R$ 896 mil para R$ 1,4 milhão.

badaco passo fundo

 

Badaco foi o candidato com o voto mais caro entre os federais. Foram incríveis R$ 75,65 por cada voto, em uma campanha que gastou R$ 102 mil para receber 1.361 votos. Todo esse dinheiro veio através do Fundão.

Acima: os candidatos a deputado federal de Passo Fundo, as arrecadações, as sobras de campanha e o gasto efetivo. Após votação, o custo por voto: Badaco (Avante) R$ 75,65, Lu Borowsky (União Brasil) R$ 63,67, Cesar (PDT) R$ 62,73, Claudete Neves (PSDB) R$ 52,66, Luciano Azevedo (PSD) R$ 18,64, Jose Monteiro (PSC) R$ 17,65, Ada Munaretto(PL) R$ 5,87, Israel Kujawa (PT) R$ 2,95, Vivi da Saúde (PP) R$ 2,82 e Ingra (PSOL) R$ 1,17. A candidata do PSOL, se comparada aos outros abaixo de 10 mil votos, saiu uma pechincha.

Luciano Azevedo, a campanha mais cara

custo por voto

O ex-prefeito Luciano Azevedo gastou R$ 1,4 milhão em sua campanha, seguindo o que a Lócus já tinha alertado no texto “Em Passo Fundo, o candidato a deputado federal mais rico também é o que mais recebe dinheiro do Fundão“.

Partidos, políticos e novatos

Campanha eleitoral é algo muito complexo para os cargos de deputado, uma aventura que exige contatos em diversas cidades do estado. Ainda que muitos abusem do marketing “sou daqui”, é praticamente impossível vencer só com os votos da cidade; além disso, o trabalho exige muita viagem, visitas e acordos com líderes em diversas regiões. A bandeirinha da esquina e o post nas redes sociais são apenas a superfície desta estrutura. Infelizmente, poucos são os capazes para realmente disputarem uma eleição, outros parecem atuar apenas como cabo eleitoral de luxo de outros candidatos ou da legenda do partido, torrando dinheiro – muitas vezes público – para fazer votos por tabela.

Dados

Os números aqui exibidos foram retirados dos sites DivulgaCand e Resultados das Eleições 2022 (Divulga), que por sua vez foram fornecidos pelos candidatos para a Justiça Eleitoral, que julgará cada uma delas. Na lista abaixo, o extrato das prestações de contas dos candidatos ao final desta edição:

Federais

Badaco

Lu Borowsky

Cesar

Claudete Neves

Luciano Azevedo

Jose Monteiro

Ada Munaretto

Israel Kujawa

Vivi da Saúde

Ingra

Estaduais

Mateus Wesp

Rodinei Candeia

Eva Valéria Lorenzato

Juliano Roso

João Pedro Nunes

Gio Krug

Marcio Patussi

Tadeu Moraes Trindade

 

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