Desde 2018, a Lócus vem alertando sobre o real alcance do investimento em videomonitoramento que vem sendo realizado em Passo Fundo. Gio Krug (PSD) retomou a discussão na Câmara de Vereadores, dentro do contexto da publicação da recente Resolução n. 909/2022 do CONTRAN, que regulamenta o uso do videomonitoramento para autuações de trânsito
A ideia do videomonitoramento enquanto tecnologia para reforçar a segurança
Na Sessão Plenária de 19/12/2018, o então vereador Marcio Patussi, durante o seu grande expediente, tratou do Projeto Guardião. De acordo com o parlamentar, trata-se de um sistema de videomonitoramento de alta tecnologia para reforçar a segurança na cidade.
Naquela ocasião, começaram a funcionar as 58 novas câmeras monitoradas na sala de operações, no 3º RPMon da Brigada Militar, distribuídas em diversos pontos da cidade, seguindo um estudo realizado pela BM e Polícia Civil.
Também, foi ativada uma “sala espelho” na Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (DEFREC), para que esse monitoramento pudesse ampliar o trabalho da Polícia Civil nos inquéritos e investigações. Tratava-se da primeira fase do Projeto Guardião.
Os equipamentos foram adquiridos a partir de um esforço conjunto das entidades empresariais do Município, que investiram mais de R$ 350 mil na compra dos equipamentos, por meio da Acisa e do Consepro.
Patussi, na sua fala, cobrou do poder público a execução do processo de licitação para a aquisição de mais 78 câmeras pela Prefeitura. Lembrou que 16 dos 21 vereadores contribuíram com o projeto, através de emendas impositivas, parabenizando os parlamentares pela iniciativa.
[…] contratação de empresa especializada para fornecimento, instalação, configuração e ativação de equipamentos de videomonitoramento, em regime de empreitada global, para expansão do Sistema de Videomonitoramento existente e utilizado no município de Passo Fundo.
Como justificativa, o documento cita:
“reposicionamento de forma estratégica em ruas, avenidas e vias do Município de Passo Fundo, através de novas câmeras, integrando com o software de monitoramento Secutiry Center padrão do gerenciamento GENETEC utilizado atualmente”.
Os equipamentos custaram R$ 512.500,00 e foram adquiridos com recursos próprios. A empresa vencedora foi a Connectline Automação LTDA – EPP, da cidade de São José, SC. O pregão ocorreu entre novembro de 2018 e janeiro de 2019.
Na matéria, o seguinte ponto foi levantado:
O uso de videomonitoramento, quando bem aplicado, salva vidas e é mais uma ferramenta na mão das forças de segurança. O investimento é louvável, pode-se dizer. Há também que se destacar o caráter arrecadatório que poderá ter esta ampliação de olhares eletrônicos acima das ruas passo-fundenses: recentemente, a mídia local divulgou que motoristas poderão ser multados através das câmeras. Será o fim da paradinha em fila dupla no centro de Passo Fundo? Veremos. Eles, antes.
O nosso alerta começa a reverberar na tribuna
Tchequinho usou a tribuna, durante a Sessão Plenária do dia 15/05/2019, para criticar a medida. De acordo com o parlamentar, foi repassado mais de R$ 2,5 milhões para o videomonitoramento. A maior parte destinada à região central da cidade.
Para ele, o videomonitoramento seria utilizado pelo Poder Executivo Municipal para saquear a população de Passo Fundo, com a aplicação de multas:
“Isso vai se tornar um verdadeiro caça-níquel, totalmente ao contrário das medidas que estão sendo realizadas pelo Governo Bolsonaro”.
Abaixo, é possível ver o trecho da fala do vereador:
Para o parlamentar, o que se vendeu como uma medida para aprimorar o sistema de segurança pública, está sendo utilizado para aprimorar uma indústria da multa no Município: “Nós não queremos que seja um outro instrumento de arrecadação”.
Abaixo, é possível acompanhar o trecho do discurso de Luiz Miguel Scheis na Tribuna:
Tchequinho havia proposto projeto para impedir que o videomonitoramento fosse utilizado para aplicação de multas (PL 98/2019). Para ele, havia um desvio de finalidade da proposta inicial, que visava a utilização das câmeras apenas para segurança pública. De acordo com o parlamentar, o sistema estava sendo utilizado como outro instrumento de arrecadação.
Resolução do CONTRAN
Dando um salto no tempo, na Sessão Plenária de 06/04/2022, Gio Krug (PSD) resgatou o tema, esclarecendo seu posicionamento acerca do videomonitoramento.
Recentemente, o parlamentar publicou nas suas redes sociais um vídeo sobre a Resolução do Contran n. 909, de 28 de março de 2022, no qual alertou que o videomonitoramento seria utilizado para fiscalização e aplicação de infrações de trânsito, de acordo com o art. 2º do texto:
Art. 2º A autoridade ou o agente da autoridade de trânsito, exercendo a fiscalização remota por meio de sistemas de videomonitoramento, poderão autuar condutores e veículos, cujas infrações por descumprimento das normas gerais de circulação e conduta tenham sido detectadas “online” por esses sistemas.
Assim, a partir do dia 1º de abril deste ano, o agente de trânsito está autorizado a autuar por meio do videomonitoramento. Nessa linha, Gio pontuou:
“O meu posicionamento é totalmente contrário a esta Resolução e totalmente contrário às autuações [realizadas nesse formato], pois elas têm muito mais por princípio serem educativas, educar o motorista de trânsito, trazendo assim maior segurança […]”.
Destacou, todavia, a redação do art. 3º da mesma Resolução:
Art. 3º A fiscalização de trânsito mediante sistema de videomonitoramento somente poderá ser realizada nas vias que estejam devidamente sinalizadas para esse fim.
De acordo com o parlamentar, a utilização do videomonitoramento para autuação só poderá ser realizado em locais em que haja sinalização dessa medida. Em outras palavras, se não tiver o aviso no local expressamente apontando que o videomonitoramento está sendo utilizado para fiscalização de trânsito, não será possível aplicação de infrações de trânsito. Para Gio, como apenas em alguns pontos da cidade existe essa sinalização, o objetivo da Resolução está longe de ser arrecadatório.
Ainda, na sua fala, destaca projeto de sua autoria, o qual visa incentivar a iniciativa privada a participar do sistema de videomonitoramento, com o intuito de trazer segurança para a população, e não para multar. Veja, a seguir, o vídeo que contém o trecho da sua fala:
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: