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Eleições 2022

Confira o custo por voto dos candidatos de Passo Fundo derrotados nas eleições de 2022

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Patussi e Wesp foram os mais votados, mas com gastos eleitorais bem diferentes nas eleições de 2022

A eleição de 2022 foi amarga para os candidatos “de Passo Fundo”. Sem vitórias, conseguiram algumas suplências e voltaram para os comitês de mãos vazias, com boa parte dedicando este período “entre turnos” para apoiar Leite, Onyx, Bolsonaro ou Lula.

As campanhas para deputado estadual dos candidatos passo-fundenses arrecadaram de pessoas físicas ou receberam do fundão e partidos valores entre R$ 42 mil (Claudio Doro, PSC) e R$ 349 mil (Mateus Wesp, PSDB). Ao dividir o total efetivamente gasto nas campanhas pelo número de votos obtidos, obtemos o “custo por voto”, ou quanto dinheiro o candidato precisou gastar para ganhar um único eleitor.

É preciso conferir o gasto efetivo, pois alguns candidatos acabam por devolver dinheiro sem usar todo o valor arrecadado.

Concentramos a análise nos candidatos ditos “de Passo Fundo” que fizeram mais de dez mil votos nas eleições para deputado estadual, com campanhas mais estruturadas. Optamos por unir recursos estimáveis – quando um candidato recebe um serviço ou cedência de algo e contabiliza como dinheiro – e valores monetários declarados para o TSE no total recebido.

Estaduais e o contraste no topo

Os candidatos Marcio Patussi e Mateus Wesp foram os mais votados, com um resultado muito próximo: 23.185 para o primeiro e 21.054 para o segundo. Na afinidade com o eleitorado passo-fundense aparece a primeira grande diferença, com Patussi obtendo 11.901 na cidade (51,33%) e Wesp 7.482 (35,5%). O ex-brizolista e recém liberal venceu o tucano duas vezes.

custo por voto deputados estaduais

Quando se fala em dinheiro gasto para fazer campanha eleitoral, a distância entre Wesp e Patussi é gigantesca. Wesp arrecadou quase R$ 350 mil (com gasto de R$ 345 mil), enquanto Patussi atingiu R$ 262 mil na arrecadação (gastando R$ 52 mil). Essa diferença fica bem destacada no cálculo do “custo por voto”, com R$ 16,41 para Wesp e R$ 2,27 para Patussi.

Em tempo: Wesp recebeu R$ 240 mil do Fundão e Patussi R$ 100 mil do Fundo Partidário – mais R$ 85 mil do Fundão, via doação de Giovani Cherini.

Os federais

A Lócus já deu destaque ao arrecadado pelos candidatos a deputado federal “por Passo Fundo” ainda no mês de setembro. A eleição foi finalizada com valores bem superiores em relação ao levantamento, especialmente pela arrecadação do candidato Luciano Azevedo, de R$ 896 mil para R$ 1,4 milhão.

badaco passo fundo

 

Badaco foi o candidato com o voto mais caro entre os federais. Foram incríveis R$ 75,65 por cada voto, em uma campanha que gastou R$ 102 mil para receber 1.361 votos. Todo esse dinheiro veio através do Fundão.

Acima: os candidatos a deputado federal de Passo Fundo, as arrecadações, as sobras de campanha e o gasto efetivo. Após votação, o custo por voto: Badaco (Avante) R$ 75,65, Lu Borowsky (União Brasil) R$ 63,67, Cesar (PDT) R$ 62,73, Claudete Neves (PSDB) R$ 52,66, Luciano Azevedo (PSD) R$ 18,64, Jose Monteiro (PSC) R$ 17,65, Ada Munaretto(PL) R$ 5,87, Israel Kujawa (PT) R$ 2,95, Vivi da Saúde (PP) R$ 2,82 e Ingra (PSOL) R$ 1,17. A candidata do PSOL, se comparada aos outros abaixo de 10 mil votos, saiu uma pechincha.

Luciano Azevedo, a campanha mais cara

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O ex-prefeito Luciano Azevedo gastou R$ 1,4 milhão em sua campanha, seguindo o que a Lócus já tinha alertado no texto “Em Passo Fundo, o candidato a deputado federal mais rico também é o que mais recebe dinheiro do Fundão“.

Partidos, políticos e novatos

Campanha eleitoral é algo muito complexo para os cargos de deputado, uma aventura que exige contatos em diversas cidades do estado. Ainda que muitos abusem do marketing “sou daqui”, é praticamente impossível vencer só com os votos da cidade; além disso, o trabalho exige muita viagem, visitas e acordos com líderes em diversas regiões. A bandeirinha da esquina e o post nas redes sociais são apenas a superfície desta estrutura. Infelizmente, poucos são os capazes para realmente disputarem uma eleição, outros parecem atuar apenas como cabo eleitoral de luxo de outros candidatos ou da legenda do partido, torrando dinheiro – muitas vezes público – para fazer votos por tabela.

Dados

Os números aqui exibidos foram retirados dos sites DivulgaCand e Resultados das Eleições 2022 (Divulga), que por sua vez foram fornecidos pelos candidatos para a Justiça Eleitoral, que julgará cada uma delas. Na lista abaixo, o extrato das prestações de contas dos candidatos ao final desta edição:

Federais

Badaco

Lu Borowsky

Cesar

Claudete Neves

Luciano Azevedo

Jose Monteiro

Ada Munaretto

Israel Kujawa

Vivi da Saúde

Ingra

Estaduais

Mateus Wesp

Rodinei Candeia

Eva Valéria Lorenzato

Juliano Roso

João Pedro Nunes

Gio Krug

Marcio Patussi

Tadeu Moraes Trindade

 

Eleições 2022

Deu Lule: Lula e Leite levam a esquerda de volta ao poder no Brasil e no Rio Grande do Sul

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O segundo turno das eleições brasileiras foi motivo de festa para tucanos e petistas, mais próximos do que nunca

Já podemos apelidar de domingo vermelho o segundo turno das eleições para os gaúchos que serão governados de Brasília por Lula e de Porto Alegre por Eduardo Leite. Para Lula, um retorno triunfal “da cadeia para o Palácio” enquanto Leite faz a volta dos que não foram, oriundo de uma renúncia que – palavras dele – não quer dizer reeleição.

Com 99,99% das urnas apuradas, Lula tinha ao final da noite 50,90% dos votos válidos, contra 49,10% de Bolsonaro (60.340.930 contra 58.203.420). Os estados do Norte e Nordeste preferiram na maioria Lula.

O bolsonarismo apostou pesado nos benefícios financeiros pós-pandemia, pauta de costumes e lembretes permanentes da condição de ex-presidiário e ladrão do oponente, que se defendeu (quando quis) com a pauta pandemia, pobreza, fome e até armas, questão fortalecida sempre que algum evento na área acontecia do outro lado.

O caso Onyx Lorenzoni foi, de certa forma, surpreendente. Um homem que passou boa parte da carreira política batendo no PT com maestria e escreveu livros sobre o que chamou de “Máfia da Estrela”, quando teve a chance de chegar ao poder mostrou um desempenho pífio nos debates, virou meme e viu seu potencial político despencar a cada duelo. Não foi o fantasma do Caixa 2, foi a escolha incorreta de uma persona que pensou bastar ser o homem de Bolsonaro no Rio Grande e desprezar o oponente com todas as forças.

Tucanos e petistas, mais próximos do que nunca

Imagina contar para alguém da direita em 2014 que Lula seria candidato em 2022 com Alckmin de vice (via PSB) e apoio do FHC? Esta pessoa seria motivo de piada. Este frentão da esquerda ajudou e endossou Lula, deixando a divertida e hercúlea tarefa da desvinculação a qualquer custo para os políticos que ainda fazem parte destas siglas e tentam dialogar com o eleitor pela via – muita licença poética aqui – da direita.

FHC deveria pedir voto para Bolsonaro? Não. Mas o silêncio também é uma escolha.

FHC pede voto lula

Acima: recorte das postagens do Portal Uai e do Brasil de Fato: FHC gravou vídeo pedindo voto para Lula no segundo turno. Para melhorar a vida das pessoas (sim, você já ouviu isso em algum lugar).

Os números em Passo Fundo

Não deu Lule em Passo Fundo. Abaixo, os números para governador e presidente no primeiro e segundo turno das eleições de 2022, printados para você não perder tempo nos links do Resultados TSE:

Acima: Primeiro e segundo turno para governador. Leite virou tirando mais de 30 mil votos do saldo entre os derrotados no primeiro turno, especialmente petistas. Onyx levou Heinze e algo mais.

Bolsonaro ganhou nos dois turnos em Passo Fundo. Com 58 mil no primeiro e 66 mil no segundo, abocanhou uma parte bem maior do saldo, já que Lula foi de 49 mil para 51 mil.

O petismo em Passo Fundo não é desprezível

Os estrategistas políticos de Passo Fundo vão debruçar os braços sobre esta quantidade considerável de votos petistas na cidade. Petistas vão acordar da ressaca do domingo vermelho e olhar com carinho – quem sabe – para a companheira Eva Lorenzato, sonhando com 2024. Já o Bolsonarismo local vai ganhar um Lula para ser xingado durante mais 4 anos, motivo de afinação das retóricas de tribuna de Rodinei Candeia e Ada Munaretto, entre outros.

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Lula quer se meter na sua internet através da Transformação Digital petista

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Novo documento do PT revela 13 propostas para inclusão digital e temas tecnológicos caso vença as eleições

Propostas de candidatos geralmente são publicadas com frases genéricas em assuntos mais complexos, como uma Miss dizendo que quer a paz mundial, sem explicar como vamos chegar lá. O PT está fazendo isso com a internet e suas complicações.

No documento “13 propostas de Lula para Transformação Digital com Inclusão Social”, o partido descreve ações para diversos tópicos. São eles

  • Inclusão Digital e Internet para Todos.
  • Capacitação Digital (Letramento Digital), Formação do Profissional do Futuro.
  • Primeiro Emprego em Tecnologias Digitais.
  • Serviços Públicos Digitais de Qualidade e Acessíveis a Todos.
  • Industrialização e Empreendedorismo Digital.
  • Cidades Inteligentes, Inclusivas e Sustentáveis.
  • Compras Governamentais Para Alavancar Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação e Comunicação.
  • Empresas Públicas de Tecnologias de Informação Fortalecidas.
  • Inovação com Base em Tecnologias Abertas, Dados Abertos e Software Livre.
  • Proteção de Dados de Cidadãos e Empresas Brasileiras Contra Fraudes, Roubos e Transferência Internacional Não Autorizada.
  • Defesa Cibernética.
  • Inteligência Artificial com Ética e Transparência.

O documento pode ser baixado aqui.

O olhar socialista sobre o a Tecnologia da Informação segue o roteiro do software livre escolhido por razões muitas vezes puramente ideológicas e certa aversão ao uso livre de soluções, indo contra o que o mercado quer, usa ou precisa. Quem não lembra da época dos computadores Positivo obrigatoriamente com Linux nas escolas brasileiras? As crianças reclamavam muito.

Em tom nacionalista, o partido acredita em altíssima estatização das soluções de TI para proteção de cidadãos e empresas, com provedores públicos, além do dito fomento de soluções de hardware e software. Há também a promessa de fortalecimento das estatais de telecom. A política para a Inteligência Artificial quer tornar o país independente dos interesses das empresas estrangeiras, vejam só.

Lula, que não sabe nem dar o próprio arroba do Instagram em uma live, deve estar recebendo auxílio de assessores e apoiadores com envolvimento em TI, saudosos dos tempos petistas. Em caso de vitória socialista, corra para reservar seu nome de usuário “ponto gov”. Só não esqueça de ler os termos do serviço.

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Eleições 2022

CNBB em dois momentos: reclamando do uso político da religião em 2022 e apoiando Dilma em 2015

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem visões conflitantes sobre a mistura de religião com política no país

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) publicou nota no último dia 11 de outubro contra o que chamou de “intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno”. O protesto – coincidência ou não – vem na esteira da presença do candidato Jair Bolsonaro no Círio de Nazaré na cidade de Belém do Pará.

Diz a nota, na íntegra:

NOTA DA PRESIDÊNCIA

“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)

Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB

Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Link para a publicação em PDF, aqui.

CNBB e o impeachment de Dilma Rousseff

Em 2015, o espírito da CNBB sobre a relação entre religião e política era bem diferente. Por ocasião do processo de impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, a entidade também usou o recurso de nota para condenar o ato. Em “Para onde caminha o Brasil?”, de dezembro de 2015, disse:

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB, no ensejo da ameaça de impeachment que paira sobre o mandato da Presidente Dilma Rousseff, manifesta imensa apreensão ante a atitude do Presidente da Câmara dos Deputados.

A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum.

O País vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos.

A ordem constitucional democrática brasileira construiu solidez suficiente para não se deixar abalar por aventuras políticas que dividem ainda mais o País.

No caso presente, o comando do legislativo apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado. Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um Presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas.

Auguramos que a prudência e o bem do País ultrapassem interesses espúrios.

Reiteramos o desejo de que este delicado momento não prejudique o futuro do Brasil.

É preciso caminhar no sentido da união nacional, sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável.

O espírito do Natal conclama entendimento e paz.

 

O texto foi assinado por Carlos Alves Moura, então secretário Executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (Organismo da CNBB).

esquerda

Acima: o tipo de texto que podemos encontrar no site da CBJP. Muito mais, aqui.

Parece que a CNBB se opõe a política supostamente entrando em momentos especificamente religiosos, mas já jogou a sua luz em momentos especificamente políticos do país. Reconhecida por muitos como uma entidade de esquerda, a entidade confirma esta percepção popular a cada intervenção com cunho ideológico em assuntos que lhe interessam.

Via Lócus Online.

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