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O conspiracionismo irresponsável de Carlos Bolsonaro

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Na reta final da eleição, Eduardo Bolsonaro foi protagonista de um vídeo que prejudicou bastante a candidatura de seu pai. Em palestra, falou sobre a possibilidade de fechamento do STF em caso de uma ruptura institucional entre os poderes. Foi amplamente criticado e acabou abastecendo a narrativa de esquerda de que a democracia brasileira estava em risco caso Jair Bolsonaro vencesse a disputa. Ainda que tudo não tivesse passado de uma declaração atravessada e mal colocada, foi reveladora de um despreparo espantoso. Os últimos dias de campanha foram de intenso bombardeio sobre Bolsonaro, que acabou caindo nas pesquisas. Se Eduardo tivesse sido mais cuidadoso, talvez a diferença para Haddad fosse mais ampla quando as urnas foram abertas.

Ontem, em sua conta no Twitter, outro filho de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, disse o que não devia:

O que vai acima é uma insinuação gravíssima. Ela joga sob os aliados mais próximos de Bolsonaro uma sombra de dúvida e suspeita. Haveria alguém interessado em mata-lo? Se Carlos tem pista ou sabe de algo, deveria comunicar diretamente a Polícia Federal e outros órgãos de segurança. O filho do presidente eleito deveria ter maior responsabilidade ao fazer uso das redes sociais. A vida de um mandatário é questão de segurança nacional e não pode ser usada para fofoquinhas ou indiretas.

O pior de tudo é que a postagem do Vereador foi completamente aleatória. Nos tweets seguintes, não voltou ao assunto e nem deu maiores detalhes. Seus comentários seguintes foram sobre o indulto presidencial assinado por Michel Temer e a prisão de Luiz Fernando Pezão. Não se deu ao trabalho nem de esclarecer às centenas de mensagens que recebeu em resposta.

Em um país mais sério, Carlos Bolsonaro, que chegou a ser cotado para ocupar a Secretaria de Comunicação do governo, seria chamado a dizer o que sabe sobre o assunto. Imagine o leitor se Eric Trump anunciasse que seu pai, o presidente dos EUA, estivesse correndo risco de vida. Seria um escândalo nacional. No Brasil, a coisa acaba sendo tratada como mais um conspiracionismo sem importância. Excetuando Flavio Bolsonaro, que se porta com recato e prudência, os outros dois filhos de Bolsonaro atuam como moleques sem noção. Parecem não fazer ideia de responsabilidade que carregam nos ombros.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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