Juliana de Angelo*
Rafaela Branco**
Vivian Bertoldo Azambuja Sobiesiak***
O CASO DA MENINA DE 10 ANOS, VIOLENTADA SEXUALMENTE POR CERCA DE 4 ANOS, QUE REPERCUTIU NA SEMANA PASSADA NA GRANDE MÍDIA, TEM GERADO MUITA DISCUSSÃO ENTRE TODA A SOCIEDADE.
A polêmica em torno do assunto circulou nas redes sociais e viralizou. É importante salientar que um bebê de 23 semanas de gestação, quase 6 meses de vida, já está praticamente formado e precisa, obrigatoriamente ser morto no útero da mãe para que a gravidez seja interrompida. O bebê, nesse caso, perdeu a sua antes de vir ao mundo.
O bebê foi vítima de eugenia, ato defendido por algumas pessoas, que utiliza o relativismo para a prática de um crime – um direito, para muitos. Além de ser uma atrocidade, pode abrir precedentes perigosíssimos, como o “aborto até o nono mês”, já praticado em alguns países, e até mesmo como está sendo difundido e estudado nos meios acadêmicos, o “aborto pós-parto” – que, pasmem, não passa de assassinato.
Alguns questionamentos são necessários para que os fatos sejam analisados sem distorção da realidade.
Partindo da suposição de que o bebê realmente teria de ser retirado por acarretar risco de vida para a mãe: se ele fosse retirado vivo, isso agravaria o estado físico da sua mãe? Apagaria de sua mente todo o trauma sofrido?
O que ofereceria mais riscos à mãe: passar por uma cesárea ou parto induzido – procedimentos com duração aproximada de uma hora – ou um procedimento de eugenia, extremamente invasivo e mais prolongado? Por que se “preocupar” somente com a preservação da vida de uma criança e não pensar no sofrimento da menina de dez anos, sendo ambas igualmente vítimas indefesas?
Não há justificativa para o assassinato de um bebê, pois o argumento da menina não querer ou não ter condições de criá-lo não justifica um infanticídio, já que o mesmo poderia ser direcionado para a adoção. Com a repercussão na mídia, houve várias famílias desejando adotar o bebê, dispostas a dar-lhe todo cuidado e amor necessários. Mas não foi isso que aconteceu. Através de um procedimento abominável, matam um bebê praticamente formado, com o coração batendo e sem defeitos congênitos!
Após matar o bebê, induziram artificialmente um parto dito “normal”, para expulsão do mesmo, também com medicamentos e, ainda, curetagem para retirar resíduos que ficaram no útero. Esta situação demonstra que o Estado está totalmente tomado por uma ideologia nefasta intervencionista, sendo que há relatos na medicina de bebês com esse peso (ou até menos) que sobreviveram.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2008 a 2018, ocorreram no Brasil aproximadamente 300 mil gestações em meninas de 10 a 14 anos. Destas, 179 morreram, ou seja, 0,06% (1 em cada 1.600 gestantes). O número, ainda segundo dados do Ministério, é muito parecido com o ocorrido em gestantes de outras idades. Para a Medicina, o termo aborto só é denominado para casos de bebês retirados do ventre de suas mães até o terceiro mês ou com 500 gramas; após esse tempo ou peso, é preciso matá-lo para que o procedimento seja realizado – o ato denominado infanticídio.
Infelizmente, o que ajudou este caso a se desenrolar de forma tão absurda foram as pessoas cerceadas de argumentos como “meu corpo, minhas regras”, que são contra a família, contra a moral, contra valores religiosos, que hoje não se sustentam à luz da verdade, da realidade, mas numa emoção pragmática e imediata, nas falácias, sem consciência das evidências científicas e muito menos nas evidências baseadas em experiências de muitas vidas. Sobre a decisão tomada, não tem mais volta: tirar a vida de um ser inocente, portanto, jamais será justificável!
* Juliana de Angelo, formada em matemática, atuou na prática docente por 10 anos, hoje funcionária pública do TJSP, mãe de dois lindos meninos.
** Rafaela Branco é jornalista há 15 anos. Atuou em veículos de comunicação como repórter, produtora e apresentadora de rádio e televisão, além de atuar na assessoria de comunicação de empresas locais. É casada e mãe de uma menina.
*** Vivian Bertoldo Azambuja Sobiesiak, arquiteta formada há 16 anos, casada há 7 no civil e religioso, mãe de dois filhos pequenos.