De acordo com a nota, a decisão do Poder Executivo Municipal de manter o fechamento das instituições está propiciando o “óbito da educação privada infantil” de Passo Fundo
A pandemia parece só ter dado uma trégua para as eleições correrem normalmente pelas vilas e bairros. Os candidatos não perderam tempo desde que foi dada a largada pela corrida eleitoral. Para quem acompanha as redes sociais dos candidatos, sabe que o “fique em casa” não está sendo respeitando nem por aqueles que impuseram, “goela abaixo”, as medidas restritivas de circulação de pessoas em Passo Fundo.
Muito recentemente, o Governo Estadual sinalizou a volta das aulas, o que acabou sendo criticando de uma maneira geral pelos pais, pelos professores e, sobretudo, pelos sindicatos de professores. Para eles, a pandemia ainda não deu sinais de arrefecimento, sendo que os cuidados com a saúde dos alunos, professores e demais funcionários do sistema de ensino devem permanecer.
A Associação União pela Educação das Infâncias (UNIFAN), representação de 35 escolas de educação privada infantil do município, divulgou nota que circula nas redes sociais criticando as atuais medidas do prefeito Luciano Azevedo, que não só colocaram-nas em grave situação financeira, como pode representar o fechamento das mesmas.
Vale lembrar que, na Sessão Plenária de 14/09/2020, a Câmara de Vereadores de Passo Fundo aprovou o Programa de Auxílio Emergencial às Escolas Privadas de Educação Infantil. De acordo com a redação da lei, a proposição tem seu fundamento e base legal nos seguintes dispositivos normativos:
I – Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;
II – Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, que ?Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV).);
III – Decreto Estadual nº 55.128, de 19 de março de 2020, que declara estado de calamidade pública em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia causada pelo COVID-19 (novo Coronavírus);
IV – Decreto Municipal nº 32, de 20 de março de 2020, que declara situação de emergência, dispõe sobre novas medidas para enfrentamento, prevenção e mitigação da emergência de saúde pública decorrente do COVID-19 no município de Passo Fundo, estabelece limitações de funcionamento de determinadas atividades, estabelece serviços públicos municipais essenciais e dá outras providências.
O auxílio emergencial aprovado constitui-se de benefício financeiro básico composto de 04 (quatro) parcelas mensais e sucessivas, referente ao período de setembro a dezembro de 2020, destinado ao apoio pecuniário às Escolas Privadas de Educação Infantil com sede no Município de Passo Fundo, destinado ao custeio das despesas de manutenção. Terá valor variável entre R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), de acordo com o custo total mensal do estabelecimento, observada a seguinte proporção:
I – escolas com custo mensal comprovado de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais) receberão apoio pecuniário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais);
II – escolas com custo mensal variável comprovado entre R$ 15.001,00 (quinze mil e um reais) e R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) receberão apoio pecuniário mensal de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais);
III – escolas com custo mensal variável comprovado acima de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) receberão apoio pecuniário mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
O auxílio deverá ser utilizado para o adimplemento das seguintes obrigações e despesas de manutenção do estabelecimento: I – material de expediente e consumo; II – fornecimento de água e luz; III – fornecimento de serviços de telefone e internet; IV – aluguéis exclusivamente do imóvel sede do estabelecimento.
O benefício, obviamente, é insuficiente para o cumprimento das obrigações usuais como aluguel, água, luz, salários, etc. As escolas preferem abrir as portas do que receber qualquer tipo de esmola do poder público. A nota de pesar pode ser conferida a seguir na íntegra.
De folha de pagamento até ajuda para grupos artísticos, muito dinheiro vai para a conta do vírus na cidade
Lá se vão quase 900 dias desde o primeiro caso de COVID-19 na cidade de Passo Fundo, mas o problema financeiro parece longe de acabar. A “Transparência COVID” da prefeitura aponta um gasto empenhado de R$ 7 milhões em 2022, até o dia 6 de setembro. Deste valor, foram pagos R$ 6,88 milhões.
A lista de beneficiados em 2022 com dinheiro público tem 260 nomes. Há pagamentos para empresas fornecedoras da saúde, como esperado, mas a maioria entrou como folha de pagamento (R$ 4,1 milhões). Passo Fundo ainda pagou R$ 800,00 para 203 pessoas a título de “Auxílio a Pessoas Físicas”, dentro de programas culturais em parceria com o governo do Rio Grande do Sul.
Acima: habilitação da Prefeitura de Passo Fundo em edital para cultura no governo do estado. Publicação do DOE completa, aqui.
Entidades tradicionalistas foram contempladas através da Lei 5564/2021, criadora do auxílio específico para o setor. A Lei do Executivo projetou um impacto financeiro de R$ 270 mil. As entidades receberam valores entre 5 e 20 mil Reais e precisam prestar contas das despesas autorizadas, que vão de pagamentos de aluguéis até despesas com instrutores.
Câmara aprovou
É bom lembrar que os gastos extras com dinheiro municipal passaram pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo, com aprovação. Tema delicado, mas que exige uma avaliação profunda da casa para que fiscalize a destinação dos recursos, prestação de contas e o real impacto no orçamento de Passo Fundo, seja para mais ou para menos: se a cidade ficará prejudicada por falta de recursos que foram aplicados nos auxílios ou se o gestor teve liberdade para realizar gastos – perante a folga – que não realizaria em tempos normais. Que aliás já são normais faz tempo para quem não ganha dinheiro público em época de eleição.
Listão
Direto da transparência da Prefeitura de Passo Fundo, a lista com as pessoas e entidades beneficiadas com auxílio ou que tiveram produtos ou serviços pagos na “Conta COVID” no ano de 2022 (até o dia 6/9). Acesse aqui o PDF.
Recentemente, o Ministério da Saúde brasileiro decretou o fim do estado de emergência sanitária nacional. Na tribuna, Rodinei Candeia (REPUBLICANOS) apontou os erros e acertos dos órgãos públicos durante a pandemia de Covid-19.
“Eu vejo que essas entidades que se dizem protetoras dos direitos humanos em verdade usam as suas posições para impor o entendimento verdadeiramente político-ideológico sobre o comportamento das pessoas, querendo sobrepor a competência que tem o Executivo Municipal para tratar dessas matérias.” (Candeia)
Poucas semanas atrás, o prefeito de Passo Fundo Pedro Almeida se manifestou nas redes sociais acerca do uso obrigatório de máscaras na cidade. Na ocasião, disse que achava prudente a liberalização do uso em locais públicos, posteriomente promulgando decreto. Ocorre que muitas pessoas já não estavam usando máscara em locais públicos, embora muitos respeitassem as exigências relacionadas a ambientes fechados. Acabou sendo mais discurso do que uma ação efetiva sobre essa questão na cidade. Na prática, no entanto, muitos deram aquela interpretação lato sensu para o decreto, deixando até mesmo de usar máscaras em ambientes fechados.
Nesta história, é certo que alguns grupos, sobretudo aqueles que marcaram seu posicionamento “pró” tudo o que estava relacionado a covid e suas medidas autoritárias e restritivas, não deixaria o assunto por isso mesmo. E foi o que fez a Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo.
Então a CDHPF protocolou ação civil pública, a fim de obrigar a população a voltar a utilizar máscaras. Na Sessão Plenária do dia 30 de março, o vereador Rodinei Candeia criticou a postura da entidade:
“Eu vejo que essas entidades que se dizem protetoras dos direitos humanos em verdade usam as suas posições para impor o entendimento verdadeiramente político-ideológico sobre o comportamento das pessoas, querendo sobrepor a competência que tem o Executivo Municipal para tratar dessas matérias”.
Veja, a seguir, o trecho em que o parlamentar trata do assunto na tribuna: