Nosso governador usou as redes sociais para dizer que este é um retrato do Brasil que não podemos mais aceitar
O nosso governador Eduardo Leite tem mostrado crescente preocupação com temas nacionais. Por interesse genuíno ou pela condição de presidenciável, desta feita manifestou repúdio contra a operação da PM do Rio que matou um grande número de bandidos na Favela do Jacarezinho.
No Twitter e no Facebook – em horário de expediente – o governador escreveu:
“A operação no Jacarezinho é o retrato de um Brasil que não podemos mais aceitar. Quando o estado extrapola no uso da força ele se iguala ao que diz combater. Que uma investigação justa e transparente esclareça as mortes. Que a dor da comunidade mobilize as autoridades.”
O governador pede uma investigação justa e transparente que esclareça as mortes, ao mesmo tempo em que condena a ação que caracterizou como exagerada e análoga ao crime.
O que de fato aconteceu, segundo a polícia, via site oficial:
Policiais civis realizam, nesta quinta-feira (06/05), a Operação “Exceptis” contra a organização criminosa de traficantes que atua na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. A ação é coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
A investigação teve início a partir de notícias recebidas pela DPCA de que traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território. Esses criminosos exploram práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, assaltos a pedestres, homicídios e sequestros de trens da SuperVia, dentre outros crimes praticados na região. [grifo nosso]
Com base em informações preliminares, foi deflagrado um trabalho de inteligência pelo Setor de Busca Eletrônica da DPCA, onde, após a quebra dos dados telemáticos autorizados pela Justiça, foram identificados 21 integrantes da quadrilha, todos responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo. Foi possível caracterizar a associação dessas pessoas com a organização criminosa que domina a região, onde foi montada uma estrutura típica de guerra provida de centenas de “soldados” munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares. [grifo nosso]
A região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em razão da dificuldade de se operar no terreno, por conta das barricadas e das táticas de guerrilha realizadas pelos marginais, o local abriga uma quantidade relevante de armamentos, que seriam utilizados nas retomadas de territórios perdidos para facções rivais ou para se reforçar de possíveis investidas policiais.
Além do uso das mencionadas práticas típicas de guerra, em dezembro de 2020 e abril de 2021, os criminosos do Jacarezinho sequestraram trens da SuperVia, demonstrando que a sua forma de atuação se assemelha àquelas empregadas por grupos terroristas.
Mídia em transe
Os telejornais brasileiros deram imenso destaque para o acontecido, sempre com chamadas que denominam a “ação mais violenta da polícia do Rio na história”. Programas de TV dão vários minutos para especialistas em segurança pública darem seu diagnóstico, quase sempre demonizando a polícia.
Há muito o que se descobrir em uma operação deste tipo. Por ora, só quem esteve entre o bandido e o fuzil sabe de todos os detalhes.
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