Falas da vereadora mostram seu total despreparo para a função que exerce no parlamento municipal. Vereadores Rafael Colussi e Rodinei Candeia refutam sem dó os equívocos da petista
Não é de hoje que a equipe da Lócus vem acompanhando os absurdos difundidos pela vereadora Eva Lorenzatto (PT) na tribuna. Veja, a seguir, algumas das pérolas lançadas pela petista em menos de um ano de mandato:
Eva Lorenzatto: “Hoje, Lula é inocente”
Eva Lorenzatto pede respeito à comunidade LGBT e cita Maria do Rosário
Eva: “A esquerda está aqui nesta Casa. Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer”
No entanto, na Sessão Plenária do dia 18 de agosto, é certo que ela passou dos limites, mostrando não apenas que deveria medir mais as palavras antes de falar de improviso na tribuna, como também – e principalmente – que está completamente despreparada para a função de vereadora na cidade de Passo Fundo.
É certo que a liberdade de expressão é um princípio jurídico que devemos defender a unhas e dentes. Contudo, o exercício político das funções parlamentares exige certo decoro, sobretudo quando se faz uso da tribuna, isso porque, nesse exercício, não são apenas os seus eleitores que estão sendo representados, como também a imagem da Câmara de Vereadores. Quando um vereador se excede no palanque, a reputação da Casa é que sai manchada.
Eva já responde a processo na Comissão de Ética da Câmara. No dia 24 de agosto, outro foi protocolado. É quase certo que as denúncias não levarão a nada, até mesmo porque, para que um vereador sofra uma sanção significativa dos seus colegas, é preciso que o fato tenha sido realmente muito grave, a ponto de sofrer uma pressão externa forte. Isto muito provavelmente não irá acontecer. De qualquer sorte, as reclamações dos demais vereadores sobre o comportamento de Lorenzatto já não é segredo, e muitos falam abertamente do desrespeito que dirige aos demais colegas quando estão falando na tribuna.
Duas situações específicas ocorridas na Sessão Plenária do dia 18 corroboram o que está sendo discutido aqui. A primeira delas, num debate acerca da implementação das escolas cívico-militares em Passo Fundo, ela disse que o atual prefeito deveria submeter a questão para a população, para que decidisse através de plebiscito. O vereador Rodinei Candeia (PSL) lembrou a parlamentar que o respeito a decisões populares não é o forte do Partido dos Trabalhadores, rememorando quando a população brasileira votou contra o desarmamento, mas Lula e sua turma ignoraram solenemente a vontade popular. Ainda, disse que um dos filhos da vereadora estudou na Escola Tiradentes de Passo Fundo, que é militar, apontando que ela quer ensino de qualidade somente para seus filhos, mas não para o filho dos outros.
Como se isso não bastasse, ao comentar a questão da pandemia, criticou servidores que não estão se vacinando, sugerindo a possibilidade de a Casa demitir funcionários que se negassem a tomar a vacina, sendo rebatida de imediato pelo presidente da Casa, o vereador Rafael Colussi (DEM), que lembrou a colega que vacinação não pode ser imposta, pois é direito de cada um escolher se quer ou não ser vacinado.
Leia mais em: Eva Lorenzatto sugere a demissão de funcionários da Câmara que não se vacinarem
O caso de Eva Lorenzatto não é o primeiro e certamente não será o último de pessoas que irão ser eleitas para cargos importantes, mas notoriamente despreparadas para a função que vão exercer. Por isso, quanto mais os indivíduos levantarem a bandeira da democracia, mais é preciso alertá-los da importância da escolha dos seus representantes. Uma vez eleitos, são pelo menos quatro anos de exercício do cargo, com acesso a recursos públicos e submetendo projetos de leis – muitos dos quais sem pé nem cabeça – à votação (e, acredite, muita coisa que não deveria ser aprovada acaba passando…).