Parte do cenário de “Bacamarte”, meu primeiro livro de ficção, é Porto Alegre. “Nada mais europeu?”, alguém poderia perguntar. “Claro que não, porque a gente só se mete a escrever sobre a vida que se vive”. Então relatei aquele caos visual que se compõe de muita propaganda, comércio de rua e demais elementos do cotidiano, que podem transformar a nossa vida num verdadeiro inferno.
Se alguém já fez um curso qualquer de desenho saberá que, ao procurar fazer o esboço duma paisagem, é preciso encontrar um ou mais pontos de referência sobre os quais a obra irá se desenvolver. Antes de realizar a construção de uma casa, é necessário contratar um arquiteto para elaborar a planta, que nada mais é do que a ordem perante o caos (que se apresenta com um sem número de ideias).
(Centro de Porto Alegre)
Estaria sendo injusto ao afirmar que Porto Alegre é de todo ruim. Muito pelo contrário. Há pontos turísticos muito bonitos, há muita história perdida entre a modernidade dos bairros e, em relação às demais cidades do Brasil, pode-se dizer que estamos muito bem servidos de cultura (claro, entenda como atividades mais voltadas para o lazer).
(Mercado Público)
(Mercado Público agora visto mais pelo ângulo da sua realidade)
No entanto, creio que seja impossível para um pintor que queira fazer um retrato fidedigno dessa paisagem conseguir colocar as suas ideias no papel. “Mas eu não sou pintor”, poderia alguém dizer, “e não tenho nada a ver com isso”. Essa mesma pessoa talvez não saiba o quanto sua vida poderia melhorar ao circular num ambiente no qual a ordem é a regra, e não a exceção. O nosso cérebro precisa de pontos de referência para poder se coordenar, precisa de pontos de apoio: para tal, colocar as coisas no seu devido lugar, torna-se uma atividade imprescindível.
Para citar um exemplo, procure estudar ou fazer uma leitura num local sujo e completamente desorganizado. Certamente será difícil de se concentrar. Um ambiente limpo e asseado é essencial para a boa atividade intelectual. Claro que muitos trabalham perfeitamente bem com barulho e desordem, mas imagine o ganho de produtividade se procurasse melhorar o ambiente. Compare:
A vida como um todo precisa de ordem para funcionar: nossa casa, nosso ambiente de trabalho, nosso pátio, nosso bairro, nossa cidade. Quem é que hoje está atento à necessidade de estar num local visualmente organizado?
Para Passo Fundo, o Parque da Gare, a despeito das controvérsias envolvendo o investimento público envolvido, teve um resultado muito satisfatório para a população em geral. Compare o antes e o depois:
(Parque da Gare antes)
(Parque da Gare depois)
Muitos são os exemplos de revitalização de áreas e espaços urbanos que não melhoraram apenas esteticamente as cidades, como também a circulação de pessoas pelos centros urbanos. Entretanto, projetos assim precisam estar de acordo com a cultura e com a história daquele local, isso para que as memórias da população não se percam conforme os avanços da modernidade.
Um ambiente organizado representa muito na qualidade de vida das pessoas. Caos e ordem, sanidade e insanidade, beleza e feiura pode estar separadas por uma pequena fronteira, que pode fazer toda a diferença no cotidiano como um todo. É preciso estar atento aos detalhes, até mesmo como modo de colocar a cabeça no lugar.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: