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85% de reprovação no Exame de Ordem

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O fracasso generalizado dos bacharéis em Direito

O XXIII Exame de Ordem Unificado, prova que os estudantes e bacharéis em Direito realizam para poder advogar, teve reprovação recorde: mais de 85% dos candidatos não passaram da Primeira Fase. Ainda há a Segunda Fase, então é possível que o percentual final aumente.

Fui coautor da obra “Ensino Jurídico no Brasil: 190 anos de histórias e desafios”, lançado na sede da OABRS em 11 de agosto deste ano, trabalho no qual foram discutidos algumas dificuldades enfrentadas pelos atuais estudantes.

A palestra de lançamento do livro esteve a cargo do Dr. Marisvaldo Cortez Amado, Presidente da Comissão Nacional do Ensino Jurídico do Conselho Federal da OAB, que apresentou um dado no mínimo espantoso: o Brasil possui mais de um milhão de advogados inscritos na OAB. Sim, mais de um milhão. Isso sem contar algo em torno de dois milhões de bacharéis que ainda estão prestando ou não estão interessados em se submeter ao Exame.

Não são poucos aqueles que condenam a Ordem dos Advogados pelo Exame, tratando como reserva de mercado. Como é possível de se fazer reserva de mercado com tanta mão de obra disponível? É claro que isso não passa de uma falácia.

São muitas as causas levantadas sobre os motivos que levam tantos estudantes a fracassar na prova: faculdades em excesso, pouco estudo, muitos livros esquematizados e sem profundidade, falta de estudo focado na prova, cursos de graduação nada exigentes, estudantes são cada vez mais trabalhadores e não podem se dedicar integralmente ao curso, etc.

Claudio Lamachia, atual Presidente da OAB Nacional, manifestou-se recentemente em favor do Exame por uma questão de proteção à sociedade: bons profissionais são imprescindíveis para a defesa dos direitos como um todo. O rigor, portanto, será mantido e tem cada vez mais sido apoiado pela classe em geral.

Estão em discussão muitas medidas a serem adotadas nos próximos anos sobre o ensino jurídico no país. Basicamente, mais de 90% dos mais de mil e duzentos cursos de Direito são controlados pela iniciativa privada. Queira ou não, isso significa que o negócio em si é importante. Regionalização das disciplinas, extinção dos núcleos de prática jurídica, autonomia às questões regionais, fim do trabalho de conclusão de curso (TCC) e ampliação do ensino à distância estão entre as propostas. A OAB ainda tem estado atenta aos possíveis efeitos negativos dessas alterações e mantém o pulso firme na mesa de negociação.

Já foi apontado pelo autor numa publicação que o Brasil possui mais faculdade de Direito do que os Estados Unidos, a China e a União Europeia juntos (http://www.locusonline.com.br/2017/07/07/um-alerta-para-aqueles-que-estao-pensando-em-cursar-direito/). Mas a verdade é que não só o ensino jurídico está ruim: o ensino como um todo já tropeça há décadas. Não seria ousado dizer que, ao fechar mais de metade das faculdades, ainda assim haveria advogados para muitas vidas. Isso não vai acontecer porque o ensino virou mercado, então muita gente lucra com esse fracasso: basta fazer um levantamento do número (crescente) de cursos preparatórios.

Neste cenário, é possível dizer que não é só a advocacia que sofre com a qualidade de uma maneira geral, mas a prestação de serviços como um todo. É preciso contratar três pedreiros para um finalmente acertar o problema do vazamento, dois eletricistas para acabar um serviço, dez marceneiros até que um deles deixe os móveis do jeito que o arquiteto planejou. Analise o mercado de trabalho como um todo: os brasileiros têm tratado uns aos outros muito mal.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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