Parece que os principais servidores públicos na internet passo-fundense foram instalados em um rack amaldiçoado. Problemas de segurança, design e missão estão acima do aceitável.
Na madrugada do último dia 10 de novembro, nosso colunista Cesar Cavazzola constatou que o site da Câmara de Vereadores havia sido “invadido” por hackers. O endereço do site brindava os internautas com uma mensagem provocativa deixada pelo grupo identificado com a alcunha de DefacersGroup.
Em um post no endereço de facebook deixado na mensagem, declaram o mesmo feito no site da Câmara do município de Nicolau Vergueiro. Curiosamente, os sites são idênticos em forma, desenvolvidos pela mesma empresa e usando o mesmo conjunto de estilos e fontes tipográficas. Para usar o jargão técnico, o famoso template.
Sites das duas câmaras: Passo Fundo e Nicolau Vergueiro: filhos de uma mesma mãe. Ambos acessados em 10/11/2017.
O site da Câmara de Vereadores de Passo Fundo voltou ao normal durante o dia e não há qualquer registro sobre o ocorrido na seção “notícias”.
Sites ruins parecem ser uma tradição nos governos passo-fundenses. O da Câmara, mesmo passando por esta madrugada difícil, ainda pode ser considerado o melhorzinho entre as propostas usadas pelos responsáveis pelo site da Prefeitura ou da Codepas, por exemplo. A nossa estatal do transporte mantém um visual antigo e até pouco tempo atrás tinha “notícias de teste” publicadas de verdade, falando até mesmo sobre links para o download de filmes e séries piratas, de todo gênero.
Já o site da Prefeitura de Passo Fundo se arrasta em todos os quesitos de um projeto digital, desde a sua criação. A administração atual deu um tapa mínimo no visual e modificou algumas partes. Abaixo deste capô que levou uma mão de tinta existe uma estrutura lenta, sujeita a erros de segurança e performance e apresenta-se como um verdadeiro Frankenstein, montado com peças e objetivos diferentes em cada seção.
O péssimo site da Prefeitura de Passo Fundo, para quem tenta o acesso via celulares.
O site da Prefeitura tem a coragem de, em pleno 2017, não funcionar adequadamente em celulares, desprezando a navegação responsiva. Conteúdo de base, notícias e sistemas integrados (como a transparência) não possuem elementos em comum e existem quase como entidades independentes na identidade.
A imagem acima não é do datacenter passo-fundense.
A quantidade de regras quebradas por estas iniciativas já seria absurda para uma cidade pequena e com poucos recursos (vamos poupar o leitor dos inúmeros pecados técnicos cometidos no site). Para Passo Fundo, é uma vergonha digital conectada (quase) 24 horas para os olhos do mundo inteiro testemunharem nossa falta de capacidade de gestão do patrimônio digital. Uma catástrofe, em uma cidade que gasta centenas de milhares de reais todo ano em publicidade, além de manter uma numerosa equipe de profissionais de comunicação. A cereja do bolo: recentemente, a prefeitura gastou cerca de R$5000,00 para o desenvolvimento de um “sistema de enquete” – mais um órgão no corpo deste Frankenstein – que poderia muito bem ser criado no sistema gratuito do Google, através do serviço Forms.
Acreditem, os hackers são os menores dos males em nossa trágica história digital.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: