Marketing oficial da Prefeitura vende “pioneirismo” em creche com funções de albergue, onde crianças dormem à espera dos pais. É fakenews.
A Prefeitura de Passo Fundo inaugurou o serviço denominado “Creche Noturna” em 2015, em uma parceria com a Fundação Beneficente Lucas Araújo, entidade passo-fundense com 90 anos de tradição na assistência social. Na época, o arranjo permitia a entrada e saída de crianças nas instalações do “Lar da Menina” entre 19h e 7h, ao custo de R$ 1.549,25 por criança/mês. O contrato teve uma pequena alteração no horário de funcionamento (agora entre 18h30 e 19h30), com o valor reajustado para R$ 1.795,23 depois de quatro aditivos. A Prefeitura paga o valor com recursos próprios.
O sistema atende crianças com idades entre 6 meses e 6 anos, de pais que comprovam documentalmente a necessidade e o vínculo empregatício dentro do horário noturno. Atualmente, a creche noturna comporta até 25 crianças e atende 18 – de acordo com o site da Prefeitura de Passo Fundo.
Desde o começo, a creche noturna foi divulgada pelos canais oficiais da Prefeitura como um programa “pioneiro no Brasil ao proporcionar o acolhimento dos filhos de famílias que trabalham ou estudam no período noturno”. Isso, no entanto, não é verdade!
Post no Facebook da Prefeitura anunciando o “serviço inédito em todo o Brasil” em julho de 2014.
Várias cidades do Brasil contam ou já contaram com serviços de creche em horário noturno e albergue para crianças na mesma faixa de idade. Fazem com recursos próprios ou em parcerias com empresas – especialmente indústrias – que trabalham 24 horas, mantendo funcionários nos mais diversos horários.
Notícia do dia 23 de agosto deste ano sobre a renovação do contrato, no site da Prefeitura. De novo, “pioneiro”.
Em São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, a creche noturna já funcionava em 2010, 5 anos antes da iniciativa em Passo Fundo. Isso nos mesmos moldes e horários, como comprova o destaque dado no jornal local:
Destaque no Jornal Diário da Região em 2010, fazendo chamamento para as matrículas em creches noturnas de São José do Rio Preto no ano letivo de 2011.
Em São José do Rio Preto (SP), as creches noturnas foram criadas pela Lei Municipal 9.039/2003. Foram até mesmo motivo de consulta por parte da Secretaria de Educação da cidade na Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação no ano de 2004, sobre o uso de verbas e recursos municipais da área da educação na iniciativa: é o parecer CEB 35/2004, aprovado em 11/11/2004. Em outras palavras: no meio educacional – especialmente nos círculos da Administração Pública – o assunto é antigo.
O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, reforçando a história em sua página do Facebook.
Só o exemplo de São josé do Rio Preto já é suficiente para comprovar que a creche noturna em Passo Fundo não tem nada de pioneirismo no cenário nacional. A divulgação sistemática dessa desinformação pode constituir incapacidade dos gestores da área em pesquisar sobre o assunto durante a fase de projetos ou até malícia se, de caso pensado, práticas como estas são aceitas no paço municipal apenas para bombar a imagem da dita administração premiada.
Outras cidades também apresentam pioneirismo (desta vez de verdade) na atividade. Pomerode, no estado vizinho de Santa Catarina, presta a assistência desde o final dos anos 90.
Enfim, por todo o Brasil, cidades possuem ou já possuíram creches em horário estendido, recebendo crianças até o final do dia ou dando a possibilidade de pernoite. Há que se discutir a validade deste procedimento, já que a criança não participa de atividades pedagógicas durante o período que está no “hotel”.
O custo também é alto. Os quase R$ 1.800,00 gastos com cada uma das crianças atendidas contrasta em muito com os R$330,00 do valor estimado para matrículas em outra instituição na nossa cidade – a Escola de Educação Infantil Lar Ivone Dall’igna – para atendimento de crianças em turno parcial. Do custo para atendimento, a Prefeitura repassa apenas 60% e o resto é suportado pela própria entidade, que tem contrato para receber até 60 crianças. Serviços diferentes, mas é notável a discrepância do uso do recurso público para cada caso, em um cenário crônico de falta de vagas em creches da cidade.
Em uma época de medalhas compradas e jumentos laureados, todo cuidado é pouco quando certos destaques não passam de fakenews. Eles acabam virando prêmios.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: